Quando comecei a mochilar por aí, antes de cada viagem escutava o mesmo conselho de amigos e familiares infinitas vezes: não desgrude de sua bolsa por nada, tenha sempre por perto seu passaporte, cartão de crédito e seguro saúde.
Pois bem, depois de andar por aí, detestar a tal da doleira e nunca ter tido nenhum problema, me deparei com uma situação bem chata. De férias em um mochilão pela Europa com duas amigas, paramos uns dias em Amsterdam. Entre os passeios “tem que ir” da cidade, o Museu de Anne Frank (http://www.annefrank.org/en/ ) era um dos que eu estava
mais curiosa para fazer.
De máquina fotográfica na mão, bicicleta alugada e mochila nas costas fomos visitar o Museu, bem bacana por sinal, vale a visita. Como todo os spots da cidade, a vizinhança da casa onde viveu a Anne Frank vale uma sessão de fotos. E lá fui eu, bem sentadinha num banco, com câmera em punho viajando pelos detalhes que a lente pegava, rostos diferentes, casas barco, canais, etc. Assim que olhei para baixo, a bolsa que estava ao meu lado tinha sumido! E com TODOS os meus documentos. Nessa hora, acho que nunca pedalei tão rápido na vida, em busca de uma delegacia.
(Fotos: arquivo pessoal) |
Dos pontos turísticos de Amsterdam não podia faltar... |
Quando cheguei lá, o policial me explicou que os furtos são muito comuns na cidade e que os passaportes brasileiros são os mais visados. Sabe por que? A diversidade genética daqui é tão grande que é fácil qualquer um dizer que é brasileiro. Como já estávamos de passagem aérea na mão para Paris nesse mesmo dia, minhas amigas seguiram viagem e eu peguei um trem para Rotterdan, com destino ao consulado brasileiro.
Castigo pouco é bobagem e quando cheguei lá o consulado estava fechado por causa de um feriado. Mas, havia um telefone com um número para emergências e disquei. Resultado: eu teria que esperar até o dia seguinte para conseguir um novo passaporte e então seguir viagem. Com pouquíssimo dinheiro no bolso, não tive dúvidas e deitei ali mesmo no sofá da recepção do consulado brasileiro e tirei um cochilo até o dia seguinte.
(Foto: arquivo pessoal)
Já de manhã, o cônsul brasileiro e sua equipe foram ótimos. Consegui receber um fax dos meus pais com uma cópia da minha carteira de motorista e emiti um novo passaporte lá mesmo. Minha sorte foi grande e a simpatia do cônsul também e ele deixou que eu recebesse um depósito de dinheiro em sua conta pessoal.
Tudo tem um lado bom e o inesperado pode ser a melhor parte de uma viagem. Com isso, conheci Rotterdan, que não estava no meu roteiro original e ainda fiz a viagem de lá até Paris de trem. Paisagens lindas pelo caminho e um vagão cheio de mochileiros para conhecer. Ah, também foi importante para aprender a lição e hoje sou mais atenta que um guarda da corte britânica quando viajo!
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