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23 de novembro de 2011

NAMASTÊ! - Parte 2

Mochilera Sabri


No post anterior, começamos a entrevista com a "israelense-pernambucana" Iara Simis, que morou em Calcutá - Índia no ano passado, e está nos contado sua experiência de trabalho voluntário por lá. Agora, vamos à segunda parte da nossa conversa. Boa leitura! 

Mochileras -
 É essencial falar inglês ou dá para se virar bem sem ele? 
Iara A Índia é um país enorme! São várias línguas oficiais: na Bengala Ocidental onde morei, a língua oficial é o Bengali. Em Delhi, o Hindi. No Sul, o idioma já é outro... Mas o inglês é muitas vezes a língua que eles usam pra se comunicar quando a pessoa é de outro país, por exemplo. Nem todo mundo fala inglês, então, se com inglês às vezes a comunicação é difícil, sem inglês é muito complicado. Tudo depende do propósito da viagem. Se a pessoa não fala nada de inglês e for só para passear, aconselho a procurar uma agência de viagem e ir com um guia experiente. Agora, se for pra morar, o melhor é tentar aprender a língua local mesmo .

Mochileras - Quais os cuidados que se deve ter? 
Iara Para ir à Índia, tem que, antes de tudo, ter a “cabeça aberta”! Não julgar tudo e todos e aprender a ver as coisas com outro olhar, numa outra perspectiva. Quase não vi violência por aqui, nem assalto. Mas tem que ficar esperto sempre. Turista é alvo fácil em qualquer lugar do mundo. Para mulheres, o importante é sempre usar roupas modestas, discretas e não muito “reveladoras”. Todo mundo olha pra você aqui, mesmo toda vestida, então imagina sair com um shortinho? kkk Muitos acham que é porque somos estrangeiras, somos mais "fáceis" e disponíveis... Aconteceu com uma colega do trabalho. Um rapaz pegou no seio dela no meio da rua! Pois é, uma experiência nada agradável. Então, se prevenir é sempre o melhor.

(Crédito: Iara Simis)
Palácio dos Ventos, em Jaipur

Mochileras
– Em relação às comidas, o que precisa de maior atenção? 
Iara - A culinária varia muito de região, mas a pimenta é ingrediente certo! Eu, particularmente, gostei e me acostumei rápido com a comida apimentada. Às vezes, até no café da manhã tem pimenta na comida! O importante é ter cuidado com o que vai comer e procurar comidas fritas ou cozidas. Evitar o cru ao máximo. Para comer na rua, street food, é sempre bom seguir a indicação de algum local para não passar mal depois. Ah, e só beber água filtrada ou mineral. 

Mochileras – Para morar na Índia, que documentação é exigida? 
Iara – É necessário ter passaporte com validade mínima de seis meses, formulário do visto que deve ser retirado do site http://www.indianembassy.org.br/, duas fotos. No meu caso como era trabalho voluntário, precisei de uma carta do meu empregador informando que iria pagar minhas despesas de moradia e alimentação, mas que nenhum salário iria ser pago.
Além disso, é preciso apresentar Certificado Internacional de Vacina contra a Febre Amarela. Caso a pessoa já tenha tomado a vacina, é só ir ao Aeroporto e procurar o posto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, apresentar o comprovante e emitir o certificado. Mas se você nunca tomou a vacina, deve se dirigir a um posto de saúde e pegar a carteira de vacinação. Fique atento se eles marcaram na carteira a data que você tomou e o lote da vacina. Paguei a taxa de R$ 290,00 + R$ 35,00 da taxa do Sedex. 

Localize-se: a Índia fica na Ásia, pertinho da China

Mochileras – Pra finalizar: o que o turista não pode deixar de conhecer na Índia ? Iara - Pergunta difícil de responder, pois o país é enorme. Vou dizer o que conheci e adorei:
 Agra - Taj Mahal e Agra Fort! Não deixe de visitar o forte, vale a pena! 
Delhi - Vale a pena visitar os monumentos famosos e conhecer os mercado. Mas tem que barganhar sempre os preços!
Jaipur - gostei muito do Amber palace
Darjeeling- Cidade de montanha, adorei! Clima frio, tranquilo, amei! Ótimo lugar pra compra chás!
Sikkim - Não fui, mas sei que é lindo! 


(foto: Arquivo pessoal)
Iará  passou quatro meses na Índia a trabalho, mas não deixou de "mochilar" nas horas vagas
E aí, gostaram? Esse post foi sugestão da leitora Katiana Mirlla Costa Lacerda, que pediu na nossa fun page para ver a Índia aqui no blog! Espero que você curta, Kati! ;) 
E, você? Que lugar quer vê por aqui??

Serviço:
Experimento
Volunteers for International Partnership
http://www.partnershipvolunteers.org/

AIESEC
Programa Cidadão Global
http://www.aiesec.org.br/

CI
Indian Experience Program
http://www.ci.com.br/trabalhar-no-exterior/trabalho-voluntario.india

Consulado da Índia em São Paulo
Av. Paulista, 925, 7o andar - Cerqueira César
São Paulo - SP - CEP 01311-100
tel. (0xx11) 3171-0340 / 3171-0341

Embaixada da Índia
SHIS QL 08, CONJ. 08, CASA 01, Lago Sul - Brasília, DF.
Tel. (061)3248-4006  
E
mail: indemb@indianembassy.org.br

22 de novembro de 2011

NAMASTÊ! - Parte 1

Mochilera Sabri 


(Crédito: Iara Simis)
Taj Majal, na cidade de Agra

Tenho certeza que a maioria dos brasileiros só abriu os olhos para a Índia quando o filme “Quem quer ser um milionário” ganhou o Oscar. Depois veio a novela “Caminho das Índias”, da TV Globo e, em pouco tempo, muita gente já repetia expressões como : “Are baba”, “Namastê”, “Arebaguandi” hahahaha (eu adorava, não vou mentir!). Mesmo sabendo algumas informações sobre o país, a Índia para mim – e acredito que para muitos de vocês – se resumia em Taj Mahal, rúpias, cores, vacas sagradas, chai, tecidos, Raj...ops, esse último é brasileiro (inesquecível, porém brasileiro)! Kkkkkk 

A locação da novela, as cores, os costumes indianos “traduzidos” e o bonito povo despertou em alguns ainda mais interesse de conhecer de perto aquela terra. Um roteiro exótico para explorar, que deve render boas surpresas. Só o preço que ainda é bem salgado. Um pacote de 11 dias partindo de São Paulo, incluindo parte área e terrestre, custa a partir de R$ 8 mil. 

Para quem gosta de intercâmbio, uma boa opção é aliar o turismo a uma experiência profissional no país e ficar mais tempo por lá. Há vários programas de intercâmbio realizados por escolas e ONG’s brasileiras para trabalhos voluntários, mas que, na maioria das vezes, garantem hospedagem e alimentação. Uma oportunidade que, com certeza, será inesquecível e poderá dar um up na sua carreira. 

(Crédito: Internet)
Templo de Lótus, em Delhi; cidade de Jaipur; paisagem montanhosa, em Darjeeling.

Assim, para agradar aqueles que desejam conhecer a Índia a turismo e os que se interessam em ir a trabalho, resolvi pegar dicas exclusivas com uma amiga que já fez as duas coisas por lá e vai deixar a gente babando com suas experiências! Ela se chama Iará Simis, uma israelense-pernambucana que tem formação em Turismo e já rodou esse mundo afora. No ano passado, ela foi convidada pela universidade onde fez mestrado em Londres, para desenvolver, como voluntária, um projeto de pesquisa sobre Turismo Sustentável no país. Como desafio é com ela mesma, a danadinha não pensou duas vezes e largou tudo que estava fazendo aqui, no Recife, (sim, trabalho também!) e partiu para Calcutá, onde morou por quatro meses e amou a experiência! Legal demais, né?

Confiram a primeira parte da entrevista que fiz com ela, que dá informações valiosas somente para os leitores do Mochileras de Tacón

Mochileras – Como foi o trajeto Brasil-Índia? Quais as conexões? 

Iara Eu fui por Londres. Voei com a Emirates, o avião mais luxuoso que peguei na vida! hehehe. No caso da Emirates, os voos sempre fazem parada/conexão em Dubai. 
Fiz uma pesquisa e vi que não há voos diretos mesmo do Brasil. As alternativas são viajar via Europa ou Oriente Médio. Mas, atenção, pois nem todos os países da Europa oferecem voos para Índia. Como é o caso de Portugal, que, assim como o Brasil, não possui trechos diretos. Se não for comprar a passagem por alguma agência, o ideal é encontrar antes um país que tem rota para Nova Delhi (trecho mais comum) e de lá pegar o avião no caminho às Índias. As companhias mais conhecidas que fazem a rota Nova Delhi são Lufthansa, a KLM ou a British Airways. 

(Crédito: Iara Simis)
Cidade de Jaipur

(Crédito: Arquivo pessoal)
Acho que a sensação de chegar no Taj Majal deve ser essa mesma: plenitude!

Mochileras - Qual o maior impacto que você teve ao chegar?
Iara Mesmo chegando do Nordeste do Brasil, o maior impacto ao chegar foi o calor! Como cheguei no auge do verão, no mês de junho, o calor estava insuportável. Além disso, tem a umidade que faz você transpirar muito! A pobreza e a sujeira em Calcutá tão são evidentes, mas o Recife (e o Brasil) também não ficam atrás... A diferença é só que a gente parece que se acostuma, não vê as coisas quando se trata da nossa própria cidade.

(Crédito: Iara Simis)
Um transporte escolar de Calcutá


Mochileras – E o que você mais você poderia destacar de semelhança com o Brasil?
Iara - São inúmeras as semelhanças com o nosso país: a burocracia, a corrupção, a pobreza, os camelôs são iguais! Até os fiteiros nas esquinas são parecidos, assim como também a simpatia, alegria e a hospitalidade do povo indiano. 

Mochileras - Como você avalia a receptividade dos indianos? 
Iara - O povo indiano é muito hospitaleiro...às vezes até demais! Eles tratam hóspede como deuses e estrangeiros, então, eles idolatram! Mas, às vezes, você quer um pouco de privacidade e isso na Índia é difícil. Um dia estava correndo em um parque perto de minha casa, com meu MP3 no ouvido, e um senhor ficou tentando iniciar uma conversa comigo durante toda a minha corrida. Fingi que não estava ouvindo. Claro que não fui nada educada. É que isso é uma constante lá. Então, às vezes, tem que ser rude mesmo. Mas o povo indiano é muito acolhedor, muito mesmo. Só que dependendo do lugar você tem que estar atento pra ver se a hospitalidade é genuína ou se estão querendo se aproveitar de você, te passar a perna, dar um golpe. Muito cuidado principalmente nas grandes cidades e lugares turísticos. 


(Crédito: Iara Simis)

Indiano mostra orgulhoso a foto que tirou com as atrizes de Caminhos das Índia


Fiquem atentos, amanhã, a nossa entrevistada dá mais dicas sobre esse destino tão misterioso e exótico. =)