23 de março de 2012

O que meu PE tem: Gilberto Freyre

Este O que meu PE tem é especial. Não é para falar de um lugar ou dar exatamente sugestão de passeio, nem sobre comida e nem da cultura ou história pernambucana. Na verdade, é para falar de tudo isso em forma de uma pessoa. Ficou sem entender? Bom, explicamos: já ouviu falar sobre Casa-Grande & Senzala, de Apipucos e das delícias gastronômicas pernambucanas feitas à base de açúcar Sim, estamos falando do nosso ilustre Gilberto Freyre, considerado como um dos mais importantes sociólogos do Brasil e, quiçá, um dos mais conhecidos do mundo (ok, pode chamar a gente de bairristas!). Freyre conseguiu, como poucos, mostrar a todos quem são os brasileiros e, principalmente, os pernambucanos, os recifenses.


Então, nada mais justo que também falar dele aqui. Por isso, convidamos para um bate-papo, com muito honra, Gilberto Freyre Neto, coordenador Geral de Projetos da Fundação Gilberto Freyre (foto). Ele nos conta sobre esse ícone pernambucano e dá algumas dicas bem legais para aqueles que desejam conhecer um pouco mais da nossa história e cultura. Vamos lá?

(Divulgação)

Quem foi Gilberto Freyre para Pernambuco?
Um homem que encantava e que se manteve fiel às suas origens. Gilberto Freyre, escritor famoso por estudar e interpretar os valores da sua cultura, ficou em Pernambuco e abdicou dos diversos convites que recebera durante a vida para se desnacionalizar. Gostava de permanecer perto do seu maior experimento, o brasileiro pernambucano recifense de Apipucos. 

Aqui, escreveu sua vasta obra, traduzida em mais de 15 idiomas, com grandes tiragens, versando sobre temas cruciais para a interpretação e valorização da cultura e da sociedade brasileira. Tornou-se tão famoso que recebia cartas endereçadas assim: “Gilberto Freyre – Apipucos – Brasil”. 

Um homem bondoso com o multiplicar do saber e que vendia muito bem seu território. Liderou diversos movimentos culturais e é responsável pela autovalorização da cultura brasileira e por uma interpretação mais do que positiva da miscigenação cultural ocorrida no Brasil.

(Divulgação)
Suas obras foram traduzidas em mais de 15 idiomas e escritas assim, ó!

Para aqueles que visitam Pernambuco, onde podem “encontrá-lo”, além da sua história e dos seus livros?
A obra de Gilberto Freyre é viva. Está em todo o território nacional, adensada em Pernambuco de forma ímpar, dentro das pessoas e em cada tijolo erguido, em cada árvore, plantada ou nativa, na comida que comemos e nas festas em que dançamos, rezamos ou louvamos. 

Não são poucas as possibilidades em se roteirizar Pernambuco através de Gilberto Freyre. Recomendo a leitura dos dois guias: Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife; Olinda: Segundo Guia prático, Histórico e Sentimental de Cidade Brasileira.

Poderia dizer alguns livros escritos pelo autor que você considera a relação Pernambuco + Gilberto Freyre como identidade cultural?
Além dos eternos Casa-Grande & Senzala, Sobrados e Mucambos e Ordem & Progresso, cito os quase anônimos Nordeste: Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife; Olinda: Segundo Guia prático, Histórico e Sentimental de Cidade Brasileira; Assombrações do Recife Velho; Açúcar e Modos de Homem e Modas de Mulher. São preciosidades que ainda precisam ser descobertas pelos leitores!

Fundação Gilberto Freyre
Por ser um post especial, aqui vai uma dica bem interessante e que recomendamos a todos que visitam o Recife (PE). Ah, não vai dizer que o bate-papo gostoso com Gilberto não deixou você curioso para saber um pouco mais de Gilberto Freyre? 

Então, vá até o bairro de Apipucos, na Fundação Gilberto Freyre, mais especificamente na Casa-Museu Magdalena e Gilberto Freyre. Lá, você encontra tudo como o nosso ilustre sociólogo deixou depois de 40 anos vivendo com sua esposa e filhos. Já visitamos e contamos: vale e muito uma visita guiada! Sabe o que deixou a gente curiosas? O tal licor de pitanga!


(Divulgação)
Quem visita encontra tudo como Gilberto Freyre e sua Magdalena deixaram

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