5 de junho de 2012

#DoFrevoaoTango: BsAs mais cara 1


Mochilera Rafa

Sei bem que andei um “pouco” desaparecida por esses dias. Peço desculpas aos leitores, mas adianto que essa ausência ajudou a incrementar um pouco mais o meu repertório para esta seção, ou seja, bom para mim e, principalmente, para vocês. Depois de 20 dias divididos entre duas visitas lá do Recife, consegui parar para conversar um pouco sobre um assunto que poucos estão se dando conta quando passam por Buenos Aires. Claro, se está visitando, a passagem é rápida e ninguém sente, mas quem vem passar uma temporada maior ou morar já percebeu: preços mais altos!

Isso pode influenciar e muito uma viagem, mas não significa que visitar a capital argentina esteja impossível e caríssima. Na verdade, estamos passando por uma mudança, talvez lenta e não sei ao certo se continuará assim. O destino turístico mais visitado por brasileiros na América Latina (basta caminhar pela Florida por alguns minutos que entenderão o que estou dizendo) está mudando de um roteiro de compras para um mais de cultura, lazer e ócio. Vou dividir esse assunto um tanto economês em dois posts. Hoje, é a vez de falar sobre algo que quase diariamente é assunto nos jornais de BsAs: as barreiras de importações. Qualquer coisa que você imaginar importada está difícil de entrar aqui. Para terem uma ideia, fui aos buscadores do lanacion.com e Clarín.com. Olhem só os resultados:

(Crédito: Reprodução/internet)
Busca do La Nación, aqui e do Clarín, aqui

Então, para explicar que relação tem essas barreiras com as nossas viagens turísticas para a capital argentina e como ela influencia nos nossos bolsos, convidamos o economista e professor da Faculdade Boa Viagem (lá do Recife) Alexandre Jatobá para um rápido bate-papo. Ele conta direitinho para nós o que são as barreiras de importações, o que significa isso para um país, as influências disso no turismo e ainda dá umas dicas para não ser pego de surpresa nessas situações.

                                                                                                                                                                                   (Crédito: Divulgação)
Alexandre Jatobá, economista e professor

O que significa "barreiras de importações"? 
Barreiras às importações são instrumentos de política econômica em que as autoridades impõem dificuldades para a entrada de produtos estrangeiros no país. O instrumento mais utilizado é a tributação sobre bens importados. Então, quando se deseja aumentar as barreiras (ou gerar dificuldades na entrada de produtos estrangeiros), as autoridades elevam os tributos sobre a importação de forma que o preço final do produto importado fique acima do similar nacional. 

Há outras formas de impor barreiras, como subsídios governamentais concedidos às produções nacionais. Nesse caso, o governo subsidia o custo de produção (arcando com parte do custo) de forma que permite ao produtor nacional ter uma redução de custos, que passa parte dessa redução para o preço final do produto nacional, tornando mais vantajoso do que o concorrente importado. Outra forma de impor barreiras é estabelecer cotas de importação, onde as autoridades limitam a entrada de produtos importados. 

Por que um país as utiliza?
Quando um país utiliza as barreiras, geralmente, o objetivo é proteger a indústria nacional contra a concorrência estrangeira. É um instrumento de proteção à indústria local.

Para a Argentina tomar uma decisão como essa, significa que a economia do país não está boa?
Em tese sim. Isso significa que o setor produtivo nacional não consegue produzir com a mesma eficiência (baixo custo e alta produtividade) dos setores produtivos dos outros países.

(Crédito: Rafaela Aguiar)
Florida: Reduto de compras dos turistas brasileiros

Antes, fazer compras na Argentina era um dos principais motivos que impulsionava o turismo brasileiro no país. Travar as importações não prejudicaria essa movimentação turística?
Sim. Com as barreiras às importações, o nível de concorrência na Argentina cai. Com isso, os preços tendem a aumentar e isso afasta o turista. Realmente, estive na Argentina, em setembro do ano passado, e percebi que os preços estavam bem mais altos do que há anos atrás.

Diante desse cenário,  daria alguma dica ou algum conselho para aqueles que pretendem viajar e não ser pego por alguma surpresa financeira?
É preciso pesquisar com várias agências de viagem sobre os custos de transporte e hospedagem e conversar com pessoas que estiveram na Argentina recentemente. Tentar viajar na baixa temporada é outra medida que pode fazer com que se economize. Entretanto, mesmo com os preços mais salgados, viajar para a Argentina tem aproximadamente o mesmo custo que viajar pelo Brasil.


4 comentários :

  1. Oi Mochileira Rafa, como está o preço do transporte público por aí? Táxi principalmente.
    Beijos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Maira! =D
      Quanto a isso, fique despreocupada. O preço do transporte público e dos táxis é a compensação. Pode ter a certeza de que são bem mais baratos que no BRA. Dá para conhecer a cidade inteira de ônibus, metrô e táxi tranquilamente.
      Beijos!

      Excluir
    2. Rafa, muito obrigada!!!! ;-)

      Excluir