2 de abril de 2012

#DoFrevoaoTango: Subte, uma relação de amor e ódio

Mochilera Rafa

Poucos devem saber que estou realizando uma vontade de longa data: fugir dos engarrafamentos, deixar o estresse de motorista de lado e economizar no transporte! Sim, estou falando do Subte, o metrô de Buenos Aires. Diferentemente do Recife (que precisa de investimentos com urgência para ampliar as solitárias duas linhas) e um tanto quanto igual a outras “cidades grandes” (estou incluindo ai São Paulo, Madri, Paris, Barcelona, Nova Iorque, Tóquio...), dá para ir a praticamente qualquer canto da capital argentina circulando por baixo da terra. A parte boa é que pode chegar assim em muitos pontos turísticos daqui, sem se preocupar com que ônibus pegar e onde descer (assunto para outro post). Mas também tem uma ruim: não dá para aproveitar o passeio para ver a cidade pela janela do busão!

Então, hoje, vou contar para vocês como funciona esse querido, que me dá muitas alegrias e também muitas tristezas ao meu dia a dia. O Subte está dividido em seis linhas, que são as que vão precisar para circular: A (azul claro); B (vermelha); C (azul escura); D (verde); E (roxa); H (amarela), que está com obras em andamento há um bom tempo. Olhando rapidamente, podemos arriscar que quatro delas estão meio que “paralelas” e as outras cortam a restante, principalmente a C. Encontrar as estações pela rua não é muito difícil, pois todas estão sinalizadas e, do lado de fora, tem um mapa enorme (meio mal cuidado) para ter noção de onde você está e para onde vai. Bom, à primeira vista, as estações não são muito simpáticas, hein! Digo logo para não levarem um susto (como levei!). Meio velhas, meio abandonadas e sujas, meio tensas quando não tem muita gente circulando ou até MUITA gente andando de um lado para outro. Sim, os veículos não estão tão diferentes quanto!


(Crédito: Subte/Reprodução)
Com seis linhas, o Subte corta a cidade, podendo chegar praticamente em qualquer lugar


Uma viagem custa $2,50 (pesos) e dá para fazer combinações, mudando de estações sem pagar a mais, ou seja, não passe pela catraca, porque ai já saiu e vai precisar pagar por outro bilhete. Por falar nisso, se você achar que realmente vai usar bastante o Subte já compre uma quantidade suficiente para não enfrentar filas. A depender do horário e da estação, elas são meio grandinhas. Dá para pedir uma, duas, cinco e dez viagens em um só bilhete. Se só vai e volta, compra a de duas que já está valendo. Sobrando viagens no dia, não se preocupe, pois pode usar em outros. Agora, nem sempre as bilheterias têm esse bilhete único de viagens. Certo dia, pedi dez viagens e a atendente me vendeu dez bilhetes de uma viagem. Bom, não foi nada agradável andar com aquela “coleção” de passagens de metrô na carteira. Cuidado com eles, pois se desmagnetizam com facilidade e são feitos de papel: molhou, rasgou, lascou! Para acompanhar quantas viagens foram usadas, basta ver o verso do cartão o registro impresso pela catraca eletrônica.


(Crédito: Subte/Reprodução)
Você pode escolher os bilhetes de acordo com a quantidade de viagens...

(Crédito: Rafaela Aguiar)
... Acompanhe quantas viagens já deu olhando o registro eletrônico no verso do bilhete

A atenção nos veículos deve ser redobrada! Têm linhas que o sistema não avisa em todas as estações que está parando, então deve ficar de olho para não descer na errada. Apenas as principais que são anunciadas. A dica é ficar contando até chegar onde quer parar e acompanhar o mapa da linha que tem dentro do trem. Ah, as portas não abrem sempre do mesmo lado, ok! Além disso, muito cuidado com os pertences (bolsas, mochilas, sacolas, bolsos). Em horários de picos e em linhas determinadas, o metrô fica LOTADO. Chega ser impossível de se locomover direito. Sim, ocorrem muitos furtos! Cuidado também nas estações que têm combinações, porque a movimentação é muito grande em horários específicos, já que o espaço é pequeno para tanta gente. Você vai ver TODOS segurando as coisas. Então, nem tenha vergonha de imitar. Chamo atenção também para o horário de funcionamento. Durante a semana e aos sábados, abre às 5h e fecha perto das 23h (cada uma varia de horário). Domingo, só abre depois das 8h e fecha um pouco depois das 22h (também varia). Na volta da farra, pegue um taxi.

Ah, agora quero falar sobre o grande problema do Subte que pode afetar o seu passeio e atrapalha muito a rotina dos porteños. Logo de manhã cedo quase que diariamente, tem telejornal dizendo que estação tal está parada para algum tipo de manutenção, funcionando com atraso, ou até nem funcionando porque os funcionários estão protestando por algum motivo. No início deste mês, um faleceu (ainda não soube o motivo) e todos daquela linha pararam para protestar, pedindo melhores condições de trabalho. Bom, eles avisam quando isso acontece e não é o dia todo, apenas por algumas horas. Já fiquei parada dentro do metrô em uma estação por uns 10 minutos ou mais e com o danado andando lentamente. Então, quem puder, liga a televisão num canal local ou numa estação de rádio antes de sair. Entra na internet e dá uma olhada nos principais jornais. Se acontecer com vocês a demora, enquanto esperam, dá para usar a rede Wi-Fi do Subte. Não é lá a maravilha de rede, mas dá para passar o tempo!

Subte na internet
Para quem gosta de planejar a viagem com antecedência, dá uma passada na página do Subte na internet. Não é tão atualizada assim, mas as informações básicas que você precisa estão lá. Pode baixar, em PDF, o plano do metrô, que tem duas versões, inclusive com mapa da cidade com as ruas. Têm também os horários de funcionamento de cada estação, o tempo de trajeto de uma cabeceira para outra e a frequência em minutos de um trem para outro. O ruim é que não tem versão em outras línguas, apenas em espanhol, mas dá para entender.



(Crédito: Subte/Reprodução)
O site do Subte não é tão atualizado, mas tem informações básicas...

... Como baixar o mapa com as linhas e suas estações, além de outras informações

P.S.: Lembra daquele acidente que ficou conhecido como “Tragédia em Once”, em fevereiro, onde mais de 50 pessoas morreram e centenas ficaram feridas? Bom, foi em uma estação, mas não do Subte. Na verdade, foi com um trem de superfície de outra linha. Mesmo assim, o debate sobre a segurança desse meio de transporte ficou mais forte depois disso. Pena que cada um vive jogando a responsabilidade para o outro por aqui...

Serviço:
www.subte.com.ar

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