Depois de cumprir o seu "sacrifício" da Semana Santa, garanto que você não quer ouvir falar em peixe. Então, para inspirar as refeições desta semana, vou comentar aqui sobre a saborosa carne que provei em Buenos Aires (Argentina) e a mais deliciosa que tive o prazer de comer em Montevidéu (Uruguai).
Como muitos sabem, Argentina é sinônimo de bife de chorizo. Mas, para quem não foi e não sabe o que danado é isso, ou até mesmo para quem foi e não conseguiu saber a diferença dele para as carnes dos churrascos daqui, vos explico: o bife de chorizo não é uma carne diferente, é um corte especial argentino da carne de vaca (ou boi, vai saber!) nossa de todo dia. Alto, grosso (quase 500g de carne) e envolvido por uma capa de gordura, o corte é tirado da peça do contrafilé. Lá, a carne é servida ao ponto com acompanhamentos, como batatas fritas ou purê, ou salada ou maionese, etc. É isso mesmo! Nada de isso E aquilo, quando se trata de acompanhamento nos restaurantes portenhos é isso OU aquilo. ahhaah Mas posso garantir que só um já é suficiente para você sair bemmmm satisfeito.
O suculento bife de chorizo. Ainda é preciso dizer algo...
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Flagra: mochilera Sabrina e bife de chorizo |
Há ainda diversos outros cortes de nomes menos populares, mas bem conhecidos também pelos apreciadores de um bom churrasco: asado, que, aqui, conhecemos como costela; ojo de bife ancho, que é o miolo do contrafilé e que conhecemos como entrecot; e o lomo, que é o filet mignon argentino. Tem também o matambre, que, no Brasil, - pelo menos no Nordeste - não é muito comum encontrar. Trata-se de um pedaço que fica entre a costela e o couro. O nome vem da expressão matar a hambre, em espanhol, que na nossa língua significa "matar a fome". Já viu que o negócio é bom, né?
Para quem quer comer à vontade, não faltam opções de churrascarias no bairro de Puerto Madero. Recomendo a Siga la Vaca e a Cabañas las Lilas (onde vimos o Bono Vox, lembram?).
A mochilera Sabrina e as meigas vaquinhas do Siga La Vaca |
Uruguai
O bife de chorizo dá lugar à parrillada, que está por toda parte. Em Buenos Aires, esse "prato" também é comum, mas achei mais popular ainda em Montevidéu, onde em cada esquina encontramos uma casa onde a especialidade é o típico churrasco dos pampas e, lá, eles só sugerem isso. Acredito que o melhor lugar na capital uruguaia para comer uma parrilla bem feita é no Mercado del Puerto, na Ciudad Vieja. O lugar é um dos principais pontos turísticos da cidade: todo feito em ferro, tem quase 150 anos e foi construído por engenheiros ingleses. Ali, porém, no lugar das barracas de mercadorias, hoje estão os melhores restaurantes de parrilla e lojas de produtos típicos. Para os carnívoros de plantão, digo que, lá, se come muito bem e a preços razoáveis. O mais interessante são os garçons que ficam tentando atrair o cliente falando o perfeito português e ainda oferecem cortesias de medio y medio (bebida típica) ou prometem descontos.
Crédito: Tijoloblog
Ainda bem que, na internet, não tem cheiro... ui! |
Antes de sucumbir ao cheirinho tentador que sai das churrasqueiras, saiba bem o que é uma parrillada. É um churrasco feito à lenha em que se aproveitam todas as partes do boi. Pois é, enquanto por aqui só queremos a picanha e maminha, os uruguaios se deliciam com riñones (rins) e intestinos. Arghhhhhhhh!
Eu não topei. Como muitos garçons sabem que os brasileiros não têm o costume de comer certas partes, eles alertam e sugerem pratos individuais que você só come a parte que mais gosta (diferente dos argentinos que não explicam e você acaba comendo intestino pensando que é contrafilé). Mas há muitos brasileiros por lá que pedem uma parrillada completa e adoram! Preferi escolher um baby beef e estava maravilhoso. A melhor carne que comi na viagem! Fica a dica para as mulheres. Outra opção é esquecer o prato principal e ficar apenas com o chivito, que é uma delícia e dá para fazer por aqui. Mas isso fica para outro post.
E você, encararia rins e intestino no almoço de amanhã?
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