17 de junho de 2015

Cristo Redentor: Conheça sua história e como chegar até ele

Qualquer mochileira que tenha planos de visitar a cidade do Rio de Janeiro com certeza pensa em conhecer um dos principais pontos turísticos da cidade: o Cristo Redentor. O monumento, aliás, é paixão nacional e internacional! O Tripadvisor, considerado como o maior site de viagens do mundo, analisou avaliações e comentários de seus usuários e elegeu o Cristo Redentor como a melhor atração turística do Brasil e a nona melhor em todo o mundo. Contamos um pouco da sua curiosa história e as melhores maneiras de chegar até ele.

(Ricardo Zerrenner/Riotur)


Como Cristo foi parar lá em cima?

Muitas mochileiras, ao conhecerem a estátua que abre os braços para a Baía de Guanabara, certamente já se perguntaram: “Como essa estátua tão grande foi parar lá em cima do Morro do Corcovado”? 

O padre Pedro Maria Boss, que chegou ao Rio do Janeiro em 1859, foi o primeiro a sugerir que no topo do Morro do Corcovado fosse erguido um monumento religioso. Apesar de não ser o maior ponto do Parque Nacional da Tijuca, o morro tinha uma posição privilegiada e podia ser visto em diversos pontos da cidade.

Essa sugestão foi levada à Princesa Isabel, que apoiou o projeto. Em 1912, o Cardeal Dom Joaquim Arcoverde começou a dar força para o projeto, já que acreditava que a construção do monumento mostraria claramente a presença da Igreja Católica entre o povo brasileiro. Foi ele quem sugeriu que o monumento construído fosse um Cristo.

(Pedro Kirilos/Riotur)

Somente em 1921 o projeto foi retomado, durante as comemorações do Centenário da Independência do Brasil. No ano seguinte, após um abaixo-assinado apoiado por 20 mil pessoas, o então presidente Epitácio Pessoa doou o topo do Morro do Corcovado para que finalmente fosse dado início ao projeto. Em 4 de abril de 1922, foi lançada a pedra fundamental do Cristo Redentor e Heitor da Silva Costa foi escolhido como engenheiro da obra.

O primeiro desenho que Silva Costa fez para a estátua era de um Cristo que em uma mão segurava uma cruz e na outra um globo terrestre. Porém, a Igreja pediu que a imagem tivesse um sentido mais religioso e humano. O pintor Carlos Osvald, um dos artistas contratados para desenhar o Cristo, fez uma figura com aspecto de cruz, estendendo os braços sobre a cidade. Foi essa ideia que agradou em cheio a população da Cidade Maravilhosa. Para esculpir o monumento, foi contratado o escultor franco-polonês Paul Landowski.

Não foi um presente dos franceses

O projeto era ousado e grandioso, ainda mais para a época. Apesar de muitos acharem que o Cristo Redentor foi um presente da França ao Brasil, isso não é verdade: foi feita uma campanha para arrecadação de fundos para a construção que durou dez anos. Com essa quantia, que nos dias de hoje equivale a mais de US$ 3 milhões, foi iniciada a construção em 1926.

A estrutura foi feita em concreto armado, com camadas exteriores de pedra-sabão – escolhas que dariam durabilidade ao monumento. A estátua foi montada na França, peça a peça, e veio para o Brasil aos pedaços. Talvez, foi dai que saiu o mito de que o Cristo foi um presente dos franceses. Só a cabeça era composta de 50 peças e cada mão media mais de três metros!

(Pedro Kirilos/Riotur)

Por sorte, existia uma ferrovia que ligava o morro à parte baixa da cidade, e trens foram usados para transportar todas as peças, erguidas e encaixadas uma a uma por um sistema de cabos e roldanas. Finalmente, em 12 de outubro de 1931, o Cristo Redentor foi inaugurado. Uma curiosidade interessante é que a iluminação durante a cerimônia foi acionada remotamente pelo pioneiro da rádio, Guglielmo Marconi, que estava em Roma.

Como chegar ao Cristo

Se você é uma mochileira que também gosta de esporte e aventuras, pode chegar ao monumento a pé ou de bicicleta: é só subir a Estrada das Paineiras, que corta a Floresta da Tijuca. Escolhendo essa opção você ainda pode ter as melhores vistas de cima da Cidade Maravilhosa e tomar banho em várias cachoeiras pelo caminho. Lembre-se apenas que, ao escolher esta opção, você deve adquirir o ingresso para o monumento com antecedência, através do site oficial Paineiras-Corcovado ou nas bilheterias oficiais em Copacabana (Praça do Lido e Avenida Atlântica), Largo do Machado (em frente à Igreja Nossa Senhora da Glória) e na Estrada das Paineiras (em frente ao antigo Hotel Paineiras).

(Alexandre Macieira/Riotur)
Estrada das Paineiras, Parque da Tijuca

Para ter uma experiência de turismo completa, com certeza deve optar pelo trem que leva ao Cristo Redentor. A estação fica na Rua Cosme Velho, 513. A maneira mais fácil de chegar até lá é pegar o metrô, saltar na estação Largo do Machado e pegar um dos ônibus de Metrô na Superfície, que deixa você em frente à estação de trem. Também é preciso comprar antecipadamente o ingresso para o cartão-postal.

(Alexandre Macieira/Riotur)
Estação do Trem do Corcovado

A última opção é utilizar um serviço de transporte de vans criado pela prefeitura do Rio de Janeiro. Existem três pontos de embarque: Largo do Machado (em frente à igreja, com sápidas de 15 em 15 minutos e trajeto de 20 minutos), Copacabana (Praça do Lido no Posto 2, saídas de 15 em 15 minutos e trajeto de 45 minutos) e no antigo Hotel Paineiras (saídas contínuas com percurso rápido, já que apenas estas vans trafegam no local). No valor pago pelo transporte, já estará incluído o ingresso para o Cristo Redentor.

Não se esqueça de verificar a previsão do tempo no dia da visita. Isso porque as nuvens podem atrapalhar seus planos de fotos, que certamente serão as mais bonitas que você poderá tirar na cidade! Do Corcovado, você pode ver diversos outros pontos turísticos: Pão de Açúcar, Lagoa Rodrigo de Freitas, Praia de Copacabana e Estádio do Maracanã são alguns deles.

(Alexandre-Macieira/Riotur)


E então, como dizem os cariocas, partiu pro Cristo?

*Por Milene Hermenegildo, analista de TI e professora de idiomas. Mochileira Convidada do Rio de Janeiro (RJ).

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