5 de setembro de 2011

Telefônica Sonidos: Turismo pela música da América Latina

Mochilera Rafa

Quem disser que turismo não tem nenhuma relação com festivais de música está completamente enganado. Há alguns dias (não escrevi antes porque uma tosse chata não me permitia fazer muita coisa), estive em São Paulo para o Telefônica Sonidos – Festival Mundo Latino, mais especificamente para assistir o show da mexicana Julieta Venegas, que fazia parte da programação. Confesso que não estava lá muito empolgada com a proposta do festival. A ideia mesmo era matar a vontade de assistir a uma apresentação da minha cantora latina preferida. Toda uma logística foi montada, inclusive financeira, para realizar esse desejo. Não me arrependo de ter investido um centavo, não apenas pelo fato de tê-la visto cantar, mas porque acabei conhecendo a diversidade da cultura latina.


(Crédito: Rafaela Aguiar)

Fui por um show e acabei me encantando pelo festival todo

O Telefônica Sonidos aconteceu entre os dias 24 e 27 de agosto, no Jockey Club de São Paulo. Julieta estaria na programação do dia 26, uma sexta (beleza, fim de semana em São Paulo!). Então, compro ingresso, passagem e reservo hotel. No dia, a cantora mexicana dividia palco com a nossa ilustre Marisa Monte. Ótimo, já que ambas gravaram uma música juntas! Mas e essa “mistureba” que também tocariam no mesmo dia: Juan Formell y Los Van Van + Carlinhos Brown e Los Amigos Invisibles + Seu Jorge?!? Primeiro, logo pensei: “o que Carlinhos Brown tem a ver com um festival de música latina?!?”Segundo: “amigos ‘invisibles’ de quem?!?” Bom, li e reli a proposta do festival que é fazer, pela segunda vez, encontros inéditos entre artistas brasileiros e latinos. Achei ótimo, mas também não procurei saber de muita coisa. O negócio mesmo era ver Julieta Venegas!

Começa o primeiro show da noite e, junto com ele, a primeira surpresa. Juan Formell y Los Van Van sobem ao palco e apresentam o melhor da música cubana. Mesmo sem saber um trecho das músicas que eles tocaram, a batida dos “cubanos, los españoles africanos” era contagiante. Depois, entendi a participação de Carlinhos Brown. Juntar os batuques dos povos que têm no sangue a origem africana pulsando nas veias foi perfeito! Não, ele não cantou “olha, olha a água mineral”, graças ao bom santo dos músicos (sem preconceitos, ok?). Em seguida, veio a esperada Julieta Venegas. Sem comentários... Quem já a ouviu cantar alguma vez sabe perfeitamente o que passei. Sua simpatia, meiguice e carisma contagiam a todos!! Cantei loucamente todas as músicas, novas e antigas. Quando Marisa Monte subiu ao palco e começaram a cantar “Ilusión”, todos enlouqueceram. Dá só uma conferida no vídeo (histórico) que fiz lá no Flickr. 


(Créditos: Rafaela Aguiar)
O batuque dos "cubanos, los españoles africanos" contagiou
Julieta fue "Original"...

Logo depois, veio a segunda surpresa do festival para mim. Foi “amor musical” a primeira vista. Los Amigos Invisibles trouxeram da Venezuela uma apresentação bastante irreverente, bem louca mesmo. Eles misturam dance music com tantas outras coisas que é preciso filar: funk, acid jazz e bossa nova. Tinha até uns comprades venezuelanos que baixaram lá no show cantando loucamente. Além da boa música, o destaque vai para o tecladista da banda que, com um visual "a la Restart", fez uma performance inigualável no palco, ao ponto de ficar só de calça verde e lencinho no pescoço dançando loucamente e tocando (no frio). Ah, sem esquecer  da intimidade que ele mostrou com o teclado.... (a censura não me permite detalhar aqui!) Ai, veio Seu Jorge com sua voz rouca e romântica para acalmar os ânimos da galera venezuelana.


(Crédito: Rafaela Aguiar)
Uma mistura de ritmos dos Amigos Invisibles

Passado a maratona de shows, cheguei a conclusão de que queria ter ido para o festival inteiro, mesmo tendo no dia seguinte Victor & Leo! Foi no fim que comecei a entender o verdadeiro objetivo do festival e me encantei quando descobri que fiz um rápido turismo pela América Latina sem sair de “casa”. Isso mesmo, porque turismo não é apenas botar a mochila nas costas e sair por ai zanzando pelos cantos e conhecendo pontos turísticos. É também conhecer a cultura, a música de cada lugar!


#Ofestival
Turismo a parte, gostaria de deixar registrado aqui o meu elogio para a organização do Telefônica Sonidos. Desde o dia que comprei os ingressos, comecei a acompanhar o festival pelo Twitter e Facebook, onde eles davam algumas dicas e trocavam ideias com a galera que ia para os shows. No site, fizeram um mapa da estrutura, onde estava o que, como chegar até lá, dos hotéis próximos, além de outras informações sobre as bandas, programação, notícias, enfim. No local, não teve tumulto algum para entrar, apesar da fila enorme de carros para entrar no Jockey Club (bem que a galera poderia ir de taxi ou ônibus... cada qual com seu cada qual!). Bom, fico agora na expectativa do próximo festival. Será que vou poder ir?!? =)

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