Sempre quando vou viajar e digo que vou me hospedar num albergue muita gente me olha como se eu fosse doida. É como se eu quisesse colocar em risco a minha segurança, higiene, ou como se eu vivesse a síndrome do Peter Pan – já que albergue, para muitos, é coisa de adolescente. Vou dizer, tenho 30 anos (não precisam espalhar isso!) e cada vez que chego em um desses albergues tenho a certeza que escolhi o lugar mais legal da cidade para ficar. Conhecer pessoas de toda a parte do mundo, ouvir vários idiomas, participar de festas interessantes e viver experiências inusitadas. Tem idade pra isso? Se você acha que está fora desse perfil, pare a leitura por aqui. Mas se esse cenário te atrai, vou contar uma coisa: conheci, nos últimos dias, o mais interessante e divertido de todos os albergues.
Acabo de voltar de férias da Argentina e digo que umas das coisas que mais me impressionou por lá foi o hostel – nome como albergues são conhecidos lá fora. Cheguei de madrugada na capital, Buenos Aires (BsAs), sem saber o que me esperava. Quando o taxista nos largou em frente ao MilHouse Avenue, confesso que me assustei. No endereço, estava um portão preto pichado, num prédio antigo. Quando a porta se abriu, no entanto, meu receio acabou num click. Um lindo salão, colorido, cheio de cartazes em inglês – parecia uma universidade americana –, um barzinho e uma sinuca atrás da recepção nos deram boas vindas. Funcionários super simpáticos nos atenderam e falavam até em português (!).
A recepção e seus cartazes de boas vindas |
Preenchemos uma ficha (como acontece em todo albergue) e recebemos uma programação intensa de festas que aconteceria ali mesmo, todos os dias, no salão onde fomos recebidos (!!!). E o melhor: de graça! “Estou no lugar certo!”, pensei. As tarifas variam de acordo com o quarto que você escolher e o café da manhã está incluído no preço. Reservamos um quarto duplo, com banheiro privativo, que era enorme e com decoração antiga bem bonita. O banheiro era grande, com banheira (que só serve para pisar) e chuveiro quentinho. Tem toalhas e lençóis, mas isso foi o ponto negativo de lá. Não achei que estavam muito limpas. Como sei que a maioria é assim (aí é que está a diferença do hotel), sempre levo os meus.
Os charmosos corredores do prédio antigo e quartos
Na manhã seguinte, a mesa de sinuca vira a do desayuno (café da manhã), com ceral, leite, frutas, doce de leite, manteiga, pão quentinho, café, suco e chá. Se quiser ovos, presunto, queijo tem a opção de pedir por fora no barzinho (que de manhã vira uma lanchonete). No último andar, um espaço cheio de verde e bambus criam um clima de piscina, com direito a um mirante da cidade. No porão, há mais um salão, sala para televisão, sofás e um terraço ao ar livre.
Delicioso "desayuno" para recarregar as energias |
Mochilera Sabrina após degustar o "desayuno" argentino |
Como chegamos no sábado, logo no primeiro dia à noite foi o dia da boate. DJ’s, muitas luzes, música muito boa, drinks elaborados, muito chopp e clima de paquera tomaram conta do salão que tomamos café da manhã. Para curtir, bastar colocar o chinelo e descer. As festas são para os hóspedes desse e do outro MilHouse que fica perto. Foi uma noite divertidíssima, regada a Quilmes (cerveja delícia de lá!) e muito bate-papo (tirei todo o atraso do espanhol e meu namorado do inglês). Ficamos uma semana por lá e teve teve de tudo: happy hour, música ao vivo, aulas de tangos e olimpíadas para bêbados. Mas, a "cachaça" tem que ficar lá embaixo. Não é permitido subir para os quartos com bebidas e comidas. Acho certo, senão vira zona e ninguém dorme né?
De dia, tem café da manhã gostoso para os hóspedes... |
...à noite tem música boa, drinks, chopp e clima de paquera |
Muitos fazem dessas festas um esquenta para as grandes boates de BsAs, pois lá no hostel também são vendidos os ingressos e eles indicam a melhor balada para cada dia da semana. Quem não gosta muito dessas farras, pode aproveitar também as atividades diurnas. Toda manhã, eles escrevem a programação do dia, como tour de bike ou a pé pelos principais pontos e indicam o que é melhor para fazer naquela data. Pensam em tudo!
Dentro do MilHouse, tem ainda computador à vontade, cabines de telefones, wi-fi, telão, todas as refeições para quem não tiver a fim de sair (pagar à parte), mapas, lockers de graça e uma agência de viagens que vende roteiro e passeios no país. Impressionado? Pois é, só estando lá para saber o que é aquele lugar. Eu recomendo e digo mais, passei ali dias divertidíssimos!
Mas antes de sair trocando seu hotel quatro estrelas por um desses, saiba que você tem que pesquisar sobre o local e ir desprendido, já que ali você não encontra o mesmo conforto e facilidades de um hotel (como lençóis e toalhas limpas e cheirosas). Antes de ir, é indispensável visitar o http://www.hostelworld.com/, site onde é possível encontrar albergues em todo o mundo. O diferencial desse site está nas notas e comentários que as pessoas fazem sobre cada hospedagem. Eles avaliam itens como segurança, limpeza, preço, serviço, etc. É importante buscar o máximo de informação antes de ir. Uma vez, em Valência (Espanha), caí na maior cilada porque fui sem pesquisar direito.... mas, isso é história para outro post.
E aí? Ficou empolgado para deixar o hotel de lado na próxima viagem?
Serviço:
MilHouse Avenue
Av.de Mayo, 1245, Centro - Buenos Aires - Argentina
http://www.milhousehostel.com/ (tarifas e reservas online)
Pôxa, que riqueza de detalhes neste relato! Adorei o texto. Preciso, rico e leve. Qnd voltar a BsAs, ficarei lá!!
ResponderExcluirDaniel França
Adorei! A dica do Hostel é valiosa!!!!!
ResponderExcluirBeijos
Iará
Dani, você já ficou lá: comigo! hehehe Brincadeira, entendi que você quer ficar de novo, né? Beijo!
ResponderExcluirIará, vamos fazer um especial só de Hostel. Aguarde! beijo
A melhor opção com toooooooooooda certeza! :)
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