28 de julho de 2011

Profissionalismo x amadorismo: A eterna batalha do turismo

Mochilera Rafa

Trabalhar com o turismo de um destino não é tarefa fácil, seja para os governantes ou empresários do ramo que tentam, por diversas estratégias, atraírem cada vez mais visitantes e deixar o local atraente em meio a tantos roteiros turísticos. A qualificação profissional, para mim, vale mais do que ser simpático com o turista, ter belas paisagens ou oferecer várias atividades. Não quero aqui criticar A ou B, mas levantar a bola para a importância de se investir naqueles que trabalham com turismo, como guias, camareiras, recepcionistas, garçons, agentes e, claro, gerentes de hotéis, cozinheiros, taxistas, todos aqueles que têm direta ou indiretamente contato com os visitantes.

Há alguns dias, viajei a trabalho para o Vale do São Francisco, região conhecida pela agricultura irrigada com a água do Velho Chico, que, mesmo estando no Sertão, da terra nascem as mais deliciosas frutas e onde se produz um dos mais deliciosos vinhos do País. Produtos esses que são exportados para tantos lugares do mundo. Para mim, a melhor parte da viagem foi rever o rio São Francisco (já que fiz tantas outras na época de repórter, assunto para outros posts). De avião, foi minha primeira vez e não me arrependo, pois admirar o Velho Chico lá de cima é ainda mais perfeito, isso sem esquecer a bela vista que as plantações bem verdinhas se destacam no meio do árido Sertão. PERFEITO!


(Crédito: Rafaela Aguiar)
O "bom dia" do Velho Chico ajudou a não piorar o dia

Poesia nordestina a parte, vamos falar sério agora: fiquei hospedada em um hotel bem na orla do rio (como eles lá gostam de chamar), com uma boa estrutura, tendo suíte master e área para realização de eventos. Achei um máximo, porque acordar com o Velho Chico lhe dando bom dia é um privilégio para quem mora no litoral. Fiz meu check-in e segui organizando minhas coisas para trabalhar. Na manhã seguinte, de fato, acordar com o rio a minha janela foi um estímulo para um bom dia, coisa que iria precisar e MUITO. Hora do café da manhã e eu já sonhando com as deliciosas frutas cultivadas na região e comidas bem típicas. Foi ai que veio a primeira decepção: um pouco de melão e melancia cortados, alguns pãezinhos não muito frescos, dois tipos de comidas quentes, presunto, queijo, um tipo de bolo, uma sanduicheira, algumas opções de sucos, café, chá, cereais e iogurtes. A mesa posta estava praticamente vazia com tantas poucas opções!


(Crédito: bonitobrazil.com.br)
Sonhava com um café mais ou menos assim ó, mas... 


Não muito feliz, escolhi algumas coisinhas e comi. Logo em seguida, subi para o quarto e comecei a adiantar algumas coisas do trabalho. Por volta das 10h, escuto um barulho na minha porta. Estavam abrindo o meu quarto. Levo um susto e grito que tem gente no local. A camareira não bateu e foi logo enfiando a chave para abrir, sem mais nem menos! Duas horas depois, combino de me encontrar com o pessoal do trabalho na recepção e começo a organizar minhas coisas. De repente, de novo, abrem minha porta e a camareira já entrava quarto adentro. Reclamo e ela me veio com a justificativa de que a haviam informado assim: “- Seu amigo disse que a senhora estava saindo”. Pois é, estava saindo, ou seja, ainda não havia saído. Nossa, foi nessa hora que o sangue subiu... mas tratei a moça com respeito.



(Crédito: abcdahotelaria.com.br)
Qualificação profissional deve estar na lista de prioridades


Quando chegou a hora do check-out, disse ao recepcionista: “- Posso dá um conselho a vocês? No horário de arrumar os quartos, peça que as camareiras batam nas portas dos hóspedes antes de entrar. Por duas vezes, fizeram isso comigo e pega muito mal. Fiquem atentos, pois podem causar situações piores e constrangedoras!”. O erro não é apenas só da camareira ou do pessoal do restaurante do hotel, mas de toda uma cadeia profissional. Além disso, essas foram situações que poderiam ter acontecido em QUALQUER lugar. Repito: em QUALQUER LUGAR, independendo da região.

Então, fica um alerta: o hóspede/turista é um cliente como tantos outros, que deve ser conhecido e tratado com o devido profissionalismo, tentando ao máximo se antecipar as suas demandas. Lembre-se que o turismo também é um mercado de serviços, onde “vendemos” as boas impressões que aquele lugar oferece e, infelizmente, não tem recall ou um SAC para saber onde se está errando. Quer dizer, até tem, quando o número de turistas começa a diminuir. Isso porque o que visitou falou tal coisa para aquele que pretendia visitar, que disse a num sei quem que não iria mais por conta daquilo e assim vai...

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