29 de junho de 2011

#Estasdebroma: Educação no ar

O "Estás de broma?" de hoje também foge do formato engraçado (que predomina às quartas-feiras) e toma um tom de desabafo. Não no sentido de tristeza, mas de cansaço por algumas situações que se repetem sempre e muita gente vai já deve ter sofrido. Ao invés de relatar uma história que passou, que com certeza seria divertida, a jornalista Fabiana Maranhão preferiu reunir em um texto sua experiência de ser incomodada por gente sem noção durante o voo. Confiram o "manual de boas maneiras para viajar de avião" que esta pernambucana fez com exclusividade pra gente. E olhem que no quesito viagem, ela é profissional!


"Na última viagem que fiz nas férias, em maio, passei parte das três horas de voo entre o Recife e São Paulo tentando recuperar lembranças das cidades que já visitei ao longo dos meus 27 anos. Na verdade, sempre que entro em um avião faço isso. Sou saudosista, admito. Mas desta vez tive a ideia de descobrir quantos quilômetros já havia percorrido a bordo de aeronaves. Parei de somar na metade. Contentei-me em calcular a quantidade de voos que tinha tomado. Por baixo, entrei e sai de um avião umas 70 vezes. Acho que já posso tirar meu brevê, a tal da carteira de habilitação que os pilotos recebem depois de "num-sei-quantas" horas de voo.


(crédito: arquivo pessoal)

Muitos voos: Fabiana num dos intercâmbios que já fez, em Vancouver 

Brincadeiras à parte, a minha larga experiência como passageira de avião me fez aprender que, mesmo a milhares de metros de altura, é preciso seguir um manual de boas maneiras. A educação deve começar antes mesmo de entrar no avião, já no check-in. Despache o máximo de bagagem que você puder (dentro do limite de peso permitido, é claro). Falo isso porque já tive de improvisar um bagageiro debaixo do assento do vizinho da frente pra guardar minha mochila com notebook e máquina fotográfica (material que não deve ser despachado) porque o que fica na parte de cima estava cheio de grandes malas. Sempre me pergunto como o atendente do check-in deixou o indivíduo levar aquele peso todo como bagagem de mão.

(Fonte: semrumoargentina.blogspot.com)
Aperto + falta de educação no avião = stress

Já dentro do avião o que tem de gente que pertuba aquelas preciosas horas de descanso não está no gibi. Se você está na cadeira do corredor, acordar toda vez que passa aquele sujeito que parece não saber controlar mãos e pernas e sai batendo em tudo tudo e todos; se está no assento do meio - coitado - sofre para garantir o espaço em um dos braços da cadeira. Quem consegue ficar na janela, o assento mais
disputado por 9 entre 10 passageiros, pode ser considerada uma pessoa de sorte. Só nesse lugar, consigo  dormir de fato. Mas mesmo assim sempre tem aquela criança danada que a mãe não consegue segurar na cadeira ou aquele sem noção que insiste em ligar a luz individual no meio de um voo noturno. Gente, vamos tomar mais cuidado para não incomodar o outro?

(Fonte: internet)
Quem aguenta?
Passageiro que é profissional também sabe que lugar de lixo é primeiro no bolsinho que fica na cadeira da frente e depois na mão da aeromoça que vai se encarregar de colocar no lixo. Lembro da sujeira que fica o avião da TAP que sai do Recife com destino a Lisboa. Nas quatro vezes que peguei esse voo, fui obrigar a driblar copos plásticos, guardanados, revistas, jornais, travasseiros e cobertas para poder sair do avião. Tava tudo espalhado no chão. Por fim, o carão vai para quem não acredita que um celular ligado durante o voo pode causar algum problema. Eu não acredito, mas pra que duvidar, né? Sempre tem aquele que insiste em não respeitar a orientação de desligar o aparelho. Já vi gente falando ao celular durante a decolagem e a aterrisagem. Que tal trazer um pouco da educação que você teve em casa pra dentro do avião. Os outros passeiros agradecem!"

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