#Estásdebroma?: Um lindo passeio pode virar um pesadelo

O #Estásdebroma? desta semana é da jornalista Alessandra Raposo. Uma recifense meio gaúcha, ela conta como um simples passeio em um lugar lindo pode se transformar em um pesadelo. Boas risadas e uma divertida leitura!

Pela quantidade de vezes que fui para o Rio Grande do Sul, já poderia solicitar o meu "brevê". Praticamente, a cada 30 dias, estou pisando em terra gaúcha. Hoje, me considero uma “porto-alegrense” praticante, pois já visitei quase todos os pontos turísticos da capital e posso indicar aos amigos SÓ lugares e passeios INTERESSANTES. Pois bem, em 2008, em uma ida para Canela (RS) com o meu namorado, fui obrigada convidada a dar um passeio de teleférico. Qualquer pessoa aceitaria o convite na hora. Lugar lindo, Cascata do Caracol, Vale da Legeana... Parece irrecusável!

(Crédito: Arquivo pessoal)

Admirar esta beleza de lugar pode ser um martírio

Mas pra mim, QUE MORRO DE MEDO DE ALTURA, foi o início de um martírio. Tive que informar que eu preferia deixar o passeio mais famoso de Canela pra lá, que não fazia questão de ver a cascata, que olhar as fotos tava de bom tamanho e por aí vai. Mas nada disso adiantou! Juntou-se ao meu namorado o organizador do parquinho e ficou dizendo que era seguro e blá-blá-blá!

Muitos minutos foram passando, o medo aumentando, as pessoas me olhando de forma estranha e o meu namorado usando os melhores argumentos pra que eu não perdesse aquele passeio “imperdível”. Depois que passei a ser o alvo de todos os olhares dos turistas que estavam super ansiosos pelo passeio e que eu já tinha usado todos os meus argumentos pra não ir e repetido 38 vezes os mesmos argumentos, cedi! Queria acabar com aquela “pressão”, além de dizer para mim mesma que aquele medo de altura tinha que acabar um dia.
Primeira sensação péssima do passeio: o pé fica sem encosto, isso pra quem tem medo de altura é a pior coisa que existe. Fui ficando branca, sem ar, foi batendo um desespero e eu não sabia se era melhor pular ou continuar ali e ver se chegaria viva após as vinte horas os vinte minutos de passeio.

Eu dizia para o meu namorado não falar, porque a cadeira era tão sensível ao vento que só em abrir a boca o negócio ficava prestes a dar um looping. Eu não vi nada, não tinha forças nem coragem pra abrir os olhos. Depois de uns dois minutos (que mais pareciam quatro horas), um casal que estava fazendo o passeio no sentido contrário deu um grito: “Ei, abre os olhos que vai sair uma foto tua automática agora”. O máximo que fiz foi sorrir! Abrir o olho já era demais!!

(Crédito: Arquivo pessoal)

Foto nas alturas apenas de olhos fechados, né Alê?

Os organizadores do passeio sabem que essa é uma das piores invenções de passeio turístico que existe no mundo e colocaram alguns “pontos de apoio”, onde a pessoa que não tiver se sentindo bem pode desistir dessa “delícia” de passeio! Foi um dos melhores momentos da minha vida. Vi aquele chão como quem vê uma tigela cheia de caranguejo gigante pra comer. Vi o chão como quem ganha sozinho na mega-sena! Desci da cadeira na maior felicidade do mundo e nem fiz questão de descer todo o morro por dentro da mata, sozinha! Sentir os pés tocando o chão é uma das melhores sensações que existe. Mais tarde, em solo, só felicidade!

A propósito, o teleférico é tão seguro, mas tão seguro que uma semana depois do passeio que fiz, ele caiu! Detalhe para a frase: "As outras pessoas que não chegaram a cair ficaram presas no equipamento a uma altura de 30 metros." Eu morria fácil se fosse comigo!!!

Tem uma história legal que aconteceu durante uma viagem? Conta para nós! Basta mandar um email para lasmochileras@gmail.com.