3 de abril de 2011

Uma Páscoa meio amarga e desprogramada

Mochilera Rafa

Passado o Carnaval, é fato que começa a contagem regressiva para o feriadão da Semana Santa, além da expectativa de comer aquele delicioso ovo de chocolate. Por falar nesse símbolo da Páscoa, lembro da vez que tive a oportunidade de passar esse período na Europa, mais especificamente em Madri (Espanha). Foi lá que percebi o quanto somos consumistas, que, mesmo no calor, queremos devorar o maior ovo que podemos comprar. Ah, também foi o momento em que aprendi a me programar antecipadamente para uma viagem durante um feriadão espanhol (ô, povo pra gostar de días festivos!). E eu pensando que apenas os brasileiros idolatravam os feriados, principalmente aqueles imprensados tão desejados.

A cada ano, percebo que os ovos de Páscoa estão sendo pendurados cada vez mais cedo pelos corredores dos supermercados brasileiros. Isso me assusta: pelo fato de que o ano está acabando mais rápido (idade avançando) e de achar que a indústria do chocolate quer esvaziar meu bolso. Então, entrar nos supermercados de Madri, durante esse período, não é uma tentação para os chocólatras, muito menos para os bolsos. Ovos de Páscoa existem, até porque é um símbolo internacional desse período, mas como aqui, no Brasil, não mesmo. Ainda bem, porque se aqui acho os ovos (cada vez mais) caros, imagina pagando em euros (!). Em resumo, não comi ovos lá, mas nada impediu de “destruir” deliciosos chocolates.


Isto só aqui, no Brasil, mesmo! (Gazetaweb)

Em compensação.... Quando soube que o feriado da Semana Santa lá é quase uma semana mesmo, fiquei mais do que feliz para poder viajar, já que fui a Madri estudar espanhol e tinha apenas os finais de semana para fazer pequenas viagens (pobre é uma coisa...). Corri para a internet e fui verificar hospedagens de hostels em Salamanca (Espanha), onde queria muito ir. Rá, era pior do que encontrar uma agulha num palheiro. Praticamente todos os meios de hospedagens na região estavam lotados e aqueles que ainda restavam vagas eram caros (outro sintoma de pobre na Europa).

Além disso, ainda tinha que conseguir o transporte. Um professor explicou: muitos espanhóis moram em Madri apenas para trabalhar e têm famílias em outras regiões do país, ou seja, os días festivos são a oportunidade de voltar para casa. Para isso, compram ou reservam as passagens de ônibus para suas respectivas cidades três meses antes do feriadão. Precisava de todo jeito viajar, pois todos na casa onde “morava” iriam viajar, inclusive a dona da hospedaria. Sem passagens e hospedagem programadas, fui obrigada a pagar por uma cara passagem de avião para Lisboa (Portugal), onde tinha um amigo. Resultado final de uma marinheira de primeira viagem em um feriadão espanhol. Apesar da facada no cartão de crédito (o preço estava totalmente fora do comum), a Semana Santa na terra do Pastel de Belém e do vinho do Porto foi divertidíssima.

Lisboa, uma cara solução para uma Páscoa desprogramada

Quando voltei a Madri, no Domingo de Páscoa, na hora do almoço, tive a prova de que praticamente ninguém fica na cidade: quase todo o comércio fechado. Conseguir um restaurante aberto perto de onde morava foi dureza! Então, já sabem, né? Programação antecipada no período da Semana Santa pela Europa, mais especificamente pela Espanha. Assim, vocês evitam gastos sem necessidades com hospedagem e passagens, além de não poderem curtir o que feriadão porporciona aos visitantes.

#FICAADICA*
Quem quiser passar a Semana Santa na Espanha, a dica é ir para o sul, mais especialmente em Granada, com suas famosas procissões. Só para vocês terem uma ideia da importância dessa festa para os espanhóis: em 2009, a Semana Santa de Granada foi declarada pelo Ministerio de Industria, Comercio y Deporte como uma festa de interesse turístico internacional, por ser uma das mais antigas, pela continuidade de sua realização e pela participação da população no desenvolvimento da festa mesmo com o tempo. Além disso, o visitante pode contar com a beleza de La Alhambra.

Uma das procissões de Granada. (Miguel Rodriguez)

Ah, para comer, que tal umas torrijas? É um típico doce que se come durante as celebrações da Quaresma e Semana Santa. Lembra muito a rabanada. Lá, eles a servem com uma calda de laranja por cima. Delícia a parte, a torrija é associada a Quaresma pela necessidade do aproveitamento do pão e na substituição da carne (por ficar parecida), já que não podia ser comida durante esse período, de acordo com a tradição católica.

Torrijas para não pecar na Quaresma...
*Colaboração especial de Bossa Electrica. ¡Gracias, linda!

2 comentários :

  1. Adorei o post, Chica! Minha viagem de páscoa tá marcada desde janeiro. Programar viagem é comigo mesmo. Não dá pra bobear e deixar pra última hora! beso :*

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  2. É isso ai, Chica, se joga no feriadão programado! =*

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