Paris tem muamba? Tem, sim senhor!

É fácil ouvir por aí gente comparando o Brasil com outros países da Europa. Dizem que o Velho Continente é primeiro mundo, tudo é mais organizado, as pessoas são mais educadas, que não existe pobreza ou violência. No Brasil, então, não existe respeito e tem o tal “jeitinho brasileiro” que todo mundo conhece e faz. Quando arrumamos as malas e viajamos mundo afora, é quando percebemos que os brasileiros estão muito bem, obrigada. 

(Ricardo Stuckert/Fotos Públicas)

Paris também tem o seu lado B

Entre as cidades que mochilamos, podemos dizer que Paris (França) chamou a nossa atenção. A quantidade de imigrantes (africanos e de outras nacionalidades ilegais, talvez) vendendo bolsas e carteiras falsificadas de grandes marcas pelas ruas da cidade era inacreditável. A impressão que dava era que tinha um em cada esquina, com seu pano estendido no chão com os produtos expostos.

Mas não é só vendendo falsificação de grandes nomes da moda pela Champs-Élysées que os muambeiros parisienses vivem na capital mais visitada e cara do mundo. Nos pontos turísticos, o pessoal do comércio informal também está em peso: Torre Eiffel, Palais de Chaillot e Catedral de Notre Dame são alguns exemplos. De início, você até pode achar interessante, pois tem souvenires bem mais baratos que nas lojas turísticas, principalmente réplicas da Torre Eiffel. Depois, a oferta começa a ser um incômodo, pois muitos abordam de forma grosseira e insistem a todo custo.

(Imagens: Rafaela Aguiar)

Após passagem da polícia, hora de arrumar tudo de novo

Muambas debaixo da Torre Eiffel se misturam com a multidão

Quando estávamos de mochilas prontas para viajar a Paris, conhecidos nossos (e até locais) pediam para ter cuidado com essas abordagens, principalmente no Ano Novo. Passamos por uma experiência parecida, quando passamos pelo Palais de Chaillot. Um desses ambulantes fez uma abordagem, digamos, agressiva falando um português de Portugal. Negamos a oferta dos seus produtos, mas ele insistia muito e depois ficou nos rondando por um bom tempo. Então, logo mudamos de roteiro, pois ficamos assustadas com a situação.

Não é que Paris não vale a pena ser visitada, pois vale sim e muito. Nem queremos comparar Paris com outra cidade brasileira, mas refletir alguns valores que a maioria dos brasileiros acaba esquecendo quando fala da sua própria casa.